Grupo de Balhos e Cantares da Ilha Terceira, Angra do Heroísmo, Açores

Grupo de Balhos e Cantares da Ilha Terceira

 

O grupo de “Balhos e Cantares da Ilha Terceira” foi fundado a 25 de Maio de 1968 na Freguesia da Conceição, Angra do Heroísmo

O grupo tem por objetivos estudar e divulgar o folclore terceirense, proporcionar aos seus associados meios de cultura e recreio e manter vivas as tradições respeitando o legado dos seus antepassados.

Apresenta as “modas” que fazem parte do “balho direito” ou “balho à antiga”. Para além destas, apresenta outras que eram cantadas e dançadas após os terços rezados em louvor ao Divino Espírito Santo, ou em desfolhadas, vindimas, matança do porco, natal… ou em qualquer outra ocasião festiva ou de trabalho.

Os seus trajes representam os modos de trajar de várias épocas. A maioria das recolhas reporta a meados do século XIX, até aos anos cinquenta do século XX, como por exemplo trajes de cerimónia, lavrador abastado, leiteiro, domingueiro, trabalhar na eira, cavador, lavadeira, ceifar, solteira, ir à missa, vendedor de fruta, moleiro, lenhador, festa… e outros usados no dia-a-dia por homens e mulheres.

O grupo participa e atua em vários eventos, festivais de Folclore, intercâmbios culturais, congressos, conferências e ações de formação. Para além disso, também executa artesanato. Nas suas digressões há a destacar: a digressão à cidade de Munique na Alemanha, onde representou os Açores no 1º Festival Mundial de Folclore; duas digressões aos Estados Unidos da América (U.S.A); duas digressões ao Canada; a digressão à antiga União Soviética (República da Arménia); as digressões a Portugal Continental para participar em Festivais de Folclore nacionais e internacionais; deslocações a várias ilhas dos Açores.

(in: www.cofit.org)

Fotos do Grupo de Balhos e Cantares da Ilha Terceira, Angra do Heroísmo, Açores”

O Grupo de Balhos e Cantares da ilha Terceira foi fundado em 25 de maio de 1968 por Laureano Correia dos Reis, Rodolfo Brum e Enrique Borba. À data da sua criação, contou com a colaboração dos professores Alice Borba e Mário Coelho, das senhoras Dª. Maria João Ávila e Dª. Vitorina, bem como do senhor Maduro Dias (pai).

Trata-se de uma associação cultural que se dedica ao estudo e prática do folclore regional/terceirense, promovendo a sua divulgação e, ao mesmo tempo, facultando aos seus associados oportunidades de cultura e recreio. Este Grupo que é constituído por cerca de 34 elementos – bailhadores, bailhadeiras, cantadores, cantadeiras e tocadores de “viola da terra” ou “viola de arame” de 15 cordas e tocadores de viola clássica (violão) está inscrito no INATEL e contribui com a sua atividade para o desenvolvimento cultural do povo terceirense, porquanto mantém vivas as suas tradições e o respeito pelo legado cultural dos seus antepassados.

Ao longo dos anos, esta agremiação cultural tem trabalhado na recolha de “modas” do cancioneiro terceirense. Para o efeito, tem contado com a colaboração de pessoas idosas, que com o seu saber e experiência de vida, se têm revelado de grande importância. A ajuda de “entendidos” em etnografia tem sido muito útil. Paralelamente, é feito um trabalho de pesquisa no Arquivo Regional de Angra do Heroísmo e junto de elementos do Grupo que permite a consulta de diversos documentos: livros, jornais antigos, registos Áudio, fotografias antigas, pequenas filmagens, cassetes VHS, DVD, entre outros.

Esta tarefa possibilita a quem a executa situar-se algumas décadas atrás, facto que facilita compreender com maior certeza a importância do papel do Grupo como emissário na defesa da cultura popular e do Folclore Terceirense.

As “modas” recolhidas referem-se às que fazem parte do “balho direito” ou “balho à antiga” e as “modas” e “rodas tradicionais” que eram cantadas e dançadas por ocasião dos terços do Divino Espírito Santo, romarias ou após um dia de trabalho, onde o povo reunido (ex: uma desfolhada) dava azo à sua alegria.

O Grupo apresenta as seguintes modas: Charamba; Virar o Bailho (ainda conhecida por “Os Mares” ou “O S. Miguel”; Samacaio; Ladrão; Sapateia; Olhos Pretos; Bravos; Praia, Chamarrita; Caracol; Branca Flor; Pézinho; Doce Esperança; Casaco ou Cá sei; Tirana; Bela Aurora; Sol; Saudade; Cravo; Lira; Velhas; Fadinho; Estudante; Suspiros, Favorita; Soluços; Palmas; Meu Bem; Viradinha; Balancé; Cantigas do Rancho; Reis/Rancho de Matança.

No que diz respeito aos trajes, o Grupo de Balhos e Cantares da ilha Terceira, aquando da sua fundação apresentou-se com trajes estilizados. Mais tarde, os bailhadores e bailhadeiras envergaram o traje domingueiro do século XVIII, réplica do existente no Museu de Angra do Heroísmo. Os tocadores, cantadeiras e cantadores, vestiram trajes de trabalho. A partir de 1994, procedeu-se à remodelação quase total dos trajes. Tarefa que levou alguns anos a concretizar. Neste momento, todos os elementos, “vestem” diferentes trajes. Embora a maioria da recolha se reporte a fins do século XIX até meados dos anos cinquenta do século XX, pretende-se apresentar a diversidade do trajar de há muitas décadas.

Dos trajes utilizados pelo Grupo, destacam-se: Domingueiro; Cerimónia; Lavrador abastado; Leiteiro; Malhar na eira; Cavador; Lavadeira; Ceifar; Solteira; Vendedor de fruta; Mulher do musgo; Moleiro; Lenhador e outros usados no dia a dia na “lide” (trabalho) de casa pelas mulheres.

No concernente a atividades desenvolvidas registam-se as seguintes: Participação nos Festivais de Folclore organizados pelo COFIT (Comité Organizador de Festivais Internacionais da Terceira); Participação nas Festas “Sanjoaninas”, realizadas em Angra do Heroísmo, através de desfiles etnográficos e atuações de folclore; Participação em bodos de leite; Atuações em hotéis e restaurantes para turistas nacionais e estrangeiros que se encontram de férias na ilha Terceira; Participação, por diversas vezes, em desfiles e atuações realizadas nas Festas do Concelho da Praia da Vitória; Participação em eventos culturais realizados pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e/ou outros organismos; Participação em Congressos nacionais e internacionais de “Cultura Popular”, organizados pelo COFIT; Participação em Congressos promovidos pela Federação Portuguesa de Folclore; Intercâmbios com Grupos de Folclore de Portugal Continental; Organização e promoção de palestras sobre cultura popular, que tiveram como oradores: Dr. Maduro Dias, Dr. José Orlando Bretão, Dr. Cesário Pereira, Pe. João de Brito, Sr. José Joaquim, Sr. Augusto Gomes, Sr. João Afonso, Sr. José Gabriel, entre outros; Participação em comemorações de instituições sediadas em Angra do Heroísmo; Participação, através de atuações, para o programa promovido pelo Governo Regional dos Açores “Açores Meus Amores”; Participação, através de atuações para o programa “Gente e Tradições”, organizado pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo; Organização de jantares tradicionais, sorteios e execução de artesanato, com o intuito de angariar de verbas para fazer face a despesas do Grupo; Organização, por altura do festival do COFIT, de uma barraquinha com comes e bebes, com artesanato, etc.; Rancho de Reis. Cantar os Reis numa organização da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo; Atuações em festas com o “Rancho de Matanças”; Atuações em festas e eventos desportivos com o grupo de música popular “Samacaio”; Recolha de literatura oral (contos, orações, lenga-lengas, rimas infantis, jogos, trava línguas, etc.); Jornal “Tradição Popular”; Jantar de Natal; Organização da Biblioteca; Organização de documentação, de álbuns de fotografias e do Aniversário do Grupo; Preparação e organização de candidaturas; Contactos com entidades, Comissões de Festas, Agências de Viagens, Junta de Freguesia da Conceição…; Participação em conferências e ações de formação organizadas pelo INATEL ou outros organismos; Manutenção de trajes e instrumentos.

Por iniciativa do Grupo, ou sempre que lhe é solicitado, este realiza atuações para utentes de instituições de caráter social. Ao logo do ano, realiza diversas atuações nas Festas do Espírito Santo e nas de Verão que decorrem na ilha Terceira.

O Grupo tem ainda em funcionamento uma escola de ensino de instrumentos de corda, com o apoio da Secretaria Regional da Educação e Cultura (Direção Regional da Cultura). Para além de cantar e bailhar “modas” tradicionais da ilha Terceira, possui ainda o grupo de música popular “Samacaio”, o “Rancho de Matanças”/”Rancho de Reis”. Os componentes destas valências fazem parte integrante do Grupo de Balhos e Cantares da ilha Terceira.

Esta Agremiação Cultural já levou bem longe, seja nos Açores, em Portugal continental ou outros países, a cultura popular dos Açores, mais precisamente, o Folclore da ilha Terceira, nos seus cantares, dança e no modo de trajar antigamente. Como embaixador do povo, o grupo tem feito tudo quanto lhe é possível para transmitir uma imagem séria e bonita da vivência e da cultura popular que carateriza o terceirense e todo o povo dos Açores.

O Grupo de Balhos e Cantares da ilha Terceira conta no seu vasto e rico curriculum com as seguintes digressões:

Em 1976, deslocou-se à cidade de Toronto, Canadá, integrando o grande encontro de comunidades de emigrantes de diversos países que vivem nesta cidade. A Região Autónoma dos Açores fez-se representar por este Grupo e pelo de Santa Cecília, da ilha de S. Miguel e pelo “Grupo Folclórico da Candelária” da ilha do Pico.

Ainda durante este ano, efetuou uma viagem aos Estados Unidos da América – Estado de Massachusetts, por ocasião das comemorações do 2.º Centenário da Independência deste País. Neste âmbito, foram realizadas atuações nas cidades de New Bedford, Fall River, Providence, Bristol, Cambridge e Boston.

No ano de 1979, foi efetuada uma viagem à União Soviética (URSS), mais precisamente à república da Arménia, por ocasião das comemorações do “Dia de Portugal”, na União Soviética. Foram realizadas atuações na Universidade e no Teatro da cidade de Erivan e, ainda, em cooperativas agrícolas. Durante este ano, o grupo deslocou-se à ilha Graciosa para participar nas Festas do Senhor Santo Cristo, onde efetuou quatro exibições.

Em 1980, deslocou-se à ilha de Santa Maria para participar na comemoração do aniversário do Club Asas do Atlântico e, em 1984, visitou a ilha de S. Jorge, tendo participado nas comemorações de elevação da Calheta a Vila.

Em 1985, efetuou uma viagem à República Federal Alemã – cidade de Munique/Baviera, para participar como representante dos Açores, no “1.º Festival Mundial de Folclore” com a presença de muitos grupos de folclore vindos de quase todo o mundo. Para além do Festival, o grupo exibiu-se em mais oito localidades da Baviera. Participou ainda neste ano, nas Festas do Concelho de Coruche no Ribatejo.

No ano de 1987, deslocou-se à comunidade emigrante da cidade de Toronto, no Canadá, onde efetuou exibições na Casa do Alentejo, Club Vasco da Gama, Sport Club Angrense, Clube Português de Mississauga e Vitória Sport Club.

Em 1988, foi realizada uma deslocação à cidade irmã de Taunton, no Estado de Massachusetts, nos EUA, onde atuou no Club Taunton Sports e em 1991, deslocou-se à Vila das Lajes, na ilha do Pico, por ocasião das Festas de Nossa Senhora de Lourdes, tendo em 1997, rumado à ilha Graciosa para participar nas Festas da Freguesia do Guadalupe, onde realizou duas atuações na Freguesia de Vitória.

No ano de 2005, realizou intercâmbio com o “Rancho Folclórico da Fajarda”, freguesia do Concelho de Coruche/Ribatejo e participou no Festival Internacional de Folclore de Coruche, no Festival Internacional de Folclore em Montemor-o-Novo/Alentejo e no Festival de Folclore em Cortiçadas de Lavre no Alentejo.

Em 2007, realizou intercâmbio com o Grupo de Folclore “Os Esparteiros de Mouriscas”/Ribatejo e participou no Festival de Folclore da responsabilidade deste grupo e, posteriormente, no Festival de Folclore em Alcaravela-Ribatejo.

(in: folcloreazores.com)

 

 


2019 – São mais de 50 anos a manter viva a tradição. Fundado em maio de 1968, o Grupo de Balhos e Cantares da Ilha Terceira

 

 

 

Contactos do Grupo de Balhos e Cantares da Ilha Terceira

Antiga Escola Primária da Conceição
Bloco 2, r/c frente
Rua Nova
9700-132 Angra do Heroísmo
Tel. 295217444 | 968419571
[email protected]